17 de outubro de 2011

Uma questão económica, ética ou de saúde pública?

De há uns anos a esta parte o crescimento do uso de produtos naturais tem sido notório, o que terá levado muitas marcas a alterar formulações ou fazerem valer-se de alguns ingredientes naturais e ou biológicos como oportunidade de negócio.

Os rótulos verdes ganham cada vez mais adeptos pois além de extremamente apelativos são muitas vezes tidos como voto de confiança. Muito dificilmente o consumidor comum fará uma avaliação exaustiva dos rótulos para que tenha a plena consciência daquilo que se prepara para usar, nesse sentido, as falsas marcas verdes tomam partido da falta de informação, do desconhecimento face aos mais diversos ingredientes e os seus possíveis efeitos na saúde mas sobretudo da ausência de regulamentação neste âmbito.

A verdade é que não estão a infringir a lei, em primeiro lugar porque não existe regulamentação para cosméticos naturais pelo que nenhuma lei obriga a que respeitem determinadas percentagens de ingredientes naturais e biológicos, quanto muito infringem o código ético fazendo sobressair princípios activos, um ou outro componente natural ou orgânico, quando a maior percentagem de ingredientes são de origem sintética.

Quais são então as consequências? Forte cepticismo face a produtos naturais, desconfiança em relação a marcas fidedignas e ou certificadas, mas mais grave é certamente o consumidor estar certo de que está a adquirir um produto saudável, não prejudicial à saúde, e é exactamente o oposto.

Importa salientar que não existe uma barreira intransponível entre o consumidor e os rótulos e que estes, ao contrário do que muitas vezes parece não são indecifráveis. A leitura da composição dos produtos é um passo essencial para uma escolha segura. Uma simples pesquisa pode esclarecer muitas dúvidas e trazer conhecimento.

*O relatório Technical Insights, preparado por um químico com mais de 20 anos de experiência na formulação de cosméticos visa clarificar a confusão em torno de cosméticos naturais e orgânicos, averiguando até que ponto é verdadeiro o marketing praticado por várias marcas.
Foram seleccionadas e examinadas mais de 50 marcas de acordo com as suas composições de ingredientes. As marcas foram avaliadas de biológicas certificadas (9-10), cosméticos naturais puros (5-7), semi natural (3), naturalmente inspiradas (2) a cosméticos convencionais (1).
O relatório permitiu atestar que algumas marcas vivem de falsas alegações de marketing, sendo que apresentam formulações cosméticas convencionais. Ingredientes como conservantes sintéticos e surfactantes são encontrados em produtos que se dizem 100% naturais, ao passo que alguns cosméticos biológicos tão pouco atingem standards naturais.
Sem surpresa, os produtos mais autênticos são os certificados por organismos competentes reconhecidos, que assumem padrões de exigência aos quais as marcas obedecem.

Na EcoEscolhas a transparência da informação que prestamos é palavra de ordem, orgulhamo-nos da conduta que optámos seguir e é nela que encaminhamos todas as direcções e quando abrimos excepções asseguramo-nos de que são as mais eticamente saudáveis de entre as existentes.


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