A importância da certificação
Tendo em conta que não existem normas legais para cosméticos naturais e biológicos e como tal cada marca pode efectivamente apelar a estes conceitos quase de forma indiscriminada, é importante perceber o que pode ajudar-nos a fazer escolhas seguras e conscientes. O mercado está repleto de produtos que usam a palavra "natural" e "bio" e que na maioria da sua composição têm ingredientes sintéticos e até suspeitos. Colocam uma percentagem ínfima de ingredientes naturais e apresentam-se ao consumidor de forma enganosa.
Há várias entidades independentes de certificação biológica. Existem várias na União Europeia, cada uma estabelece standards mais ou menos rigorosos e dão ao consumidor a garantia da qualidade dos produtos. A título de exemplo:
BDIH – organismo alemão de certificação de produtos naturais, os produtos certificados por este organismo utilizam matérias primas naturais e orgânicas de acordo com directrizes ambientais rígidas, no entanto é possível que produtos que ostentam este selo não contenham ingredientes orgânicos. Os fabricantes devem ser socialmente responsáveis e apoiar o comércio justo.
Cosmebio – organismo de certificação francês, estabelece para produtos com o selo BIO um mínimo de 10% de ingredientes orgânicos, 95% de ingredientes de origem natural certificados de acordo com a lista de ingredientes e permite um máximo de 5% de ingredientes de origem sintética.
Ecocert – organismo de certificação francês, estabelece que no mínimo 10% do produto total em peso deve ser orgânico e um mínimo de 95% para ingredientes de origem natural, permite o máximo de 5% de ingredientes de origem sintética.
ICEA – organismo de certificação italiano, mantém uma extensa lista de ingredientes não permitidos mas não estabelece uma percentagem mínima para ingredientes orgânicos.
Nature et Progrès – organismo de certificação francês, estabelece um mínimo 95% de ingredientes orgânicos certificados, sendo que os restantes 5% devem ser de origem orgânica mas não necessariamente certificados.
Soil Association – organismo de certificação inglês, estabelece um mínimo de 95% de ingredientes orgânicos para produtos orgânicos e 70% para produtos feitos com ingredientes orgânicos (x%).
Em comum todos os organismos proíbem a utilização de OGM (organismos geneticamente modificados) bem como os testes em animais. De facto, facilmente se identificam as entidades mais exigentes, a Nature et Progrès e a Soil Association são de longe as que estabelecem padrões mais altos e portanto os produtos por elas certificados tendem a ser os mais puros para a saúde e ambiente.
A certificação COSMOS foi desenvolvida a nível europeu no sentido de definir requisitos comuns para cosméticos naturais e orgânicos, cujos fundadores são a BDIH, a Cosmebio, a Ecocert, a ICEA e a Soil Association.
Por forma a estimular processos de produção e consumo sustentáveis, a COSMOS baseia-se fundamentalmente em algumas regras orientadoras seguindo os princípios da prevenção e segurança desde a produção de matérias primas à distribuição dos produtos, são exemplo:
- o respeito pela biodiversidade e a promoção do uso de ingredientes provenientes de agricultura biológica
- o respeito pelo meio ambiente utilizando os recursos naturais de modo responsável
- utilizar processos de fabricação inócuos para a saúde e ambiente.
O consumidor é diariamente bombardeado com inúmeras marcas que se assumem naturais e ou biológicas, sobre as quais deve obter informações fidedignas para comprovar a sua credibilidade. Para tal, um selo de certificação pode fazer enorme diferença pois dita a qualidade do produto, através de rigorosas avaliações e testes. Porém, é necessária atenção relativamente aos selos e logotipos, pois há marcas que colocam selos dizendo “com ingredientes certificados” mas não têm certificação oficial, não nos permitindo comprovar a veracidade da afirmação e ao mesmo tempo induzindo em erro os consumidores.
Exija produtos certificados, é a sua forma de contribuir para a melhoria da qualidade da oferta!
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